Fim de uma tarde de verão.
No horizonte o sol teima em ficar.
Vermelho, vibrante, a nos iluminar.
Impede a vinda da noite, da lua e das estrelas,
quando nas alcovas os amantes buscam se amar.
A noite demora a cair.
O dia nos brindou com paixão.
Esperamos ansiosos a noite para nos unir.
Para o encontro desejado, neste dia de verão.
O vento forte não esconde a chuva.
Os raios prenunciam estrondosos trovões.
Aconchego-me em você e em seus lábios busco o gosto da uva.
Nos acariciamos, buscamos nossos desejos,
vivemos lindas emoções.
Os corpos sedentos, desejosos se procuram.
Lá fora, a chuva cai de forma louca.
As mãos se entrelaçam,
as pernas se cruzam,
os corpos se grudam.
O barulho da água batendo no telhado,
meus lábios percorrendo sua boca.
Cascatas de água se formam... por uma larga corrente deságuam num pequeno remanso.
Nossos corpos se unem, alcançam o ritmar desejado.
Cascatas de emoções,
corpos e corações que se amam...
Almas que se desmancham,
se abraçam,
realizam o amor sonhado.
A chuva ameniza...
O cheiro da chuva, caída na terra,
se mistura ao perfume das flores.
O êxtase nos rejuvenesce.
Nossos corpos suados,
cansados,
exaustos.
Nosso amor completo,
desejado,
realizado.
Nossas almas molhadas,
inundadas,
acariciadas.
Nossos sentimentos repletos...
molhados...
realizados pela chuva desse amor.
©Ailton Carlos.
(Publicado em 19.09.2020)
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